"A arte na minha vida tem tido sempre um
percurso de buscar através da técnica a essência. 
Quando eu desenhava as imagens, 
elas sempre me ensinavam uma coisa da Vida.

Eu só entendi as sombras quando percebi que 
os objetos sem ela voavam.

Isso me ajudou muito a entender as sombras do nosso ego
que nos encarna e mostra as infinitas formas de prazeres ou desprazeres, 
alegrias ou infelicidades que criamos com o nosso pensamento.

Foi quando comecei a entender a arte além da estética.

A arte alem do homem

A arte junto com a Vida."

Em  fragmentos Juçara Costa foi compondo sua trajetória. Aluna de Desenho Industrial, depois Decoração e finalmente quando é lançada como artista plástica pelo projeto Salão Jovem do Minas Tênis abandona a universidade segura de que eram as artes plásticas que seguiria seu caminho pra sempre. O primeiro atelier foi construído com o dinheiro da venda de todos os quadros da primeira exposição.

"A arte me trazia consciência e autoconhecimento,

inevitavelmente foi promovendo uma série de mudanças profundas na minha vida.

Como consequência das mudanças veio o teatro."

Com mais de 40 anos de carreira, Juçara Costa participou de diversas coletivas, individuais e salões em várias partes do Brasil e no exterior. Recebeu diversos prêmios como atriz e como artista plástica, como o prêmio do "Salão da Marinha de Pintura" em Brasília, prêmio "Salão de Arte Mítica" em Governador Valadares, prêmio "Salão do Carnaval de Montes Claros", prêmio melhor atriz coadjuvante em 1985 com a peça "Me aperta...te aperta...te espeta?",  espetáculo escolhido para representar Minas Gerais no "Projeto Mambembão". 

Ao longo de sua carreira Juçara Costa coordenou diversos grupos de iniciantes em pintura estimulou a arte e a evolução do ser humano em projetos e propostas na linha do seu atual Espaço de Arte e Vida. Fundou na década de 80 o Juçara Costa Expressões artísticas, primeiro espaço de BH multidisciplinar na Avenida Raja Gabáglia, que durante 6 anos movimentou BH com exposições, eventos, e lançamentos de diversos artistas. Lançou cursos como "Cursiva Inglesa", com Cezária, e potencializou e expandiu a pátina com Carlos Roberto Ferreira, técnica que ainda era timidamente usada em Minas. Na Rajá Gabáglia começa a surgir os primeiros passos rumo ao holístico, abrindo para o Renascimento com Alexandra Meira, o Xamanismo com Carminha Levy, palestras e apresentações de Dr. Marco Antônio Martins de Carvalho sobre Sexualidade e afetos, e outros. Iniciava tb naquele espaço um núcleo da Seicho No ie que hoje tem sede própria no Gutierrez.

Não tem como definir a arte de Juçara sem rever toda essa trajetória que deixa seguramente o registro da integração de sua obra com um trabalho espiritual profundo, sólido que marcou suas fases nas catedrais, mandalas, labirintos, bambus, e a marcante passagem pelo xamanismo. A energia que move seu trabalho está integrada numa egrégora de grupos que nos últimos anos têm se formado com meditações, oficinas terapêuticas, e workshops de desenvolvimento pessoal.

Em 2012 uma brusca perda familiar abalou suas estruturas e a conduziu para mudanças profundas. Juçara Costa partiu então para um novo caminho, assumindo suas imagens na moda, decoração e no cotidiano das pessoas.

" Eu sentia que um dia isso aconteceria.

Relendo coisas do passado encontrei um poema que fiz na Escola Guignard, em 1985, chamado 

"Se eu fosse uma cor", que já previa  que um dia eu estaria no corpo, nas ruas, e na vida das pessoas além das paredes. Isso me deixa feliz e renovada.

É como se estivesse começando novamente, agora com o desafio de me apresentar a outros universos e buscar possibilidades de descobrir o meu pedaço onde eu possa compartilhar, trocar e expandir."

Todo o meu trabalho é movido com a energia de movimento , 

experiências e renovação!

A Vida , para mim, hoje transcende tudo, inclusive a arte."